Questões que entregamos aos outros...

"Cada um terá, evidentemente, a sua própria morte «nascida da sua própria vida durante a qual experimentou o amor e a miséria», não se trata, portanto, de impor um modelo de morte feliz. (...) A morte, quando pedimos a outro que a provoque, porque nos falta a coragem para viver, será, de facto, uma morte digna? Podemos falar de dignidade quando não assumimos a nossa própria responsabilidade face aos outros? Exigir de alguém que nos provoque a morte, sob a capa da compaixão, é exigir qualquer coisa que não tem sentido. É inflingir uma violência ao outro. Teremos nós suficiente consciência disso?
Há uma outra dignidade, a que consiste em ser lúcido, responsável, consciente. A dignidade que consiste em preparar a própria morte ousando interpelar os médicos a propósito dos medos que se podem ter, deixando aos que ainda cá vão ficar uma palavra de vida, uma palavra de benção que os ajude a viver sem nós. A dignidade que consiste em deixar um legado que seja testemunho da capacidade de ultrapassar os próprios medos para se entregar ao lado de lá de si mesmo, linguagem que quase todos entendemos designamos de muitas formas: Deus, a vida, o real."

HENNEZEL, Marie (2006). Morrer de olhos abertos.
Lisboa: Casa das Letras, pp. 22-23.

Guião do Trabalho-Projecto de Psicologia

Aqui está o documento pelo qual se devem guiar durante a elaboração deste trabalho de terceiro período, estando aqui todas as etapas necessárias.

Bom trabalho!!